Apenas Eu

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Armação dos Búzios, Rio de Janeiro, Brazil
Errante viajeiro pelo universo das palavras. Palavras que, geralmente, desejam expressar mais que aquilo que realmente conseguem dizer. Palavras resultantes de uma ebulição de sentimentos humanos; os quais pululam agora mesmo dentro de mim. Já fui inocente, já fui culpado, hoje sou remido. Já fui coração, já fui razão, hoje sou sensato. Já apanhei, já bati, hoje prefiro não brigar. Já tive pena dos outros. Já tive pena de mim. Hoje prefiro mudar, ajudar, levantar. Já acreditei em papai-noel. Já acreditei em políticos. Hoje acredito em Deus, o que me permite sonhar ainda mais alto. Se pudesse sozinho mudar o mundo, O faria agora, começando pelo meu.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Saudades de ontem

Ontem eu tinha sete anos.
Lembro-me que andava de bicleta quando de repente bati com queixo no guidóm e cortei a língua.
Lembro que, ontem mesmo, brinquei de pique-esconde e dei uns beijinhos na amiguinha da minha prima. Foi ontem que, junto com meus amigos, roubei goiabas em uma casa, perto da lagoa do canto, e fomos atacados por marimbondos furiosos, que nos deixaram inchados; e logo seguimos o conselho da irmã de um dos nossos amigos, passando nossa própria urina nos locais inchados.
Ainda ontem escrevi um poeminha que, lendo hoje, só vejo inocência e pureza.
Ontem, lembro-me, enchi minha mãe de beijos e de declarações de amor. Foi ontem que chorei pelo amor de uma menina que sequer sabia meu nome. Mas ela era linda! Onde será que ela está? Como será que ela está?
Ah...ontem também despedi-me de uma querida amiga que foi morar em BH. Confesso que tive uma imensa vontade de beijá-la, ali mesmo, no Cais do Centro, onde conversávamos e chorávamos a despedida.
Ontem tive vontade de visitar minha avó; mas não fui. Tive vontade de gritar; mas não gritei.
Foi ontem que dormi... e tinha sete anos.
Foi hoje que acordei, e percebi que de ontem para hoje passaram-se dezessete anos.
Que vontade de dormir novamente; mas com efeito contrário, retornar ao ontem para ter a oportunidade de reescrever este texto hoje.
Bela visão de tempo tinha meu amigo Braudel, mas hoje me identifico mais com a frase de Jacques Le Goff: "A crise do mundo dos historiadores nasce dos limites e das incertezas da novahistória, do desencanto dos homens face às durezas da história vivida."

Um comentário:

Guilherme Ribeiro disse...

Prezado Marcos, como vai? De início, agradeço suas gentis palavras em meu blog. Não sabia que tinhas um também...
Em seguida, quero dizer que me vi em "Saudades de ontem". Nostalgia, vontade do passado, fazer algumas coisas de maneira diferente, viver o que não vivemos...
Separados pelo Atlântico, deixo aqui meu sincero abraço. Sua polidez, simpatia e boas provas sempre me fizeram admirá-lo, ainda que discretamente. Agora, explicito minha alegria de ver-te formado e com a vida inteira pela frente para fazer aquilo que mais importa: ser feliz...
Fique com Deus e parabéns pelo blog!